quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

TIRANDO O PÓ DO BLOG...RSRRSR

MUITO TEMPO SEM POSTAR, ALGUMAS INTERCORRÊNCIAS, COMO PNEUMONIA NA BOLIVIA, RETORNAMOS DA PEDRA DA MINA APÓS ALCANÇAR A ULTIMA CRISTA DEPOIS DOS INTERMINÁVEIS SOBE E DESCE E VÁRIOS OUTROS ACONTECIMENTOS, ALEM DE TRABALHAR MUITO E PRATICAR POUCO O ESPORTE. EU E DAYSA ESTAMOS COM UM PROJETO DE ESCALAR TODOS OS FINAIS DE SEMANA, EM BREVE ESTAREI POSTANDO ALGUMAS FOTOS SOMENTE PARA CONSTAR O QUE FIZEMOS QUE O BLOG FICOU PARADO E TENTAR POSTAR OS NOVOS ACONTECIMENTOS...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Escalada na Pedreira do Dib

Nesse feriado fomos dois dias escalar na Pedreira do Dib, no domingo apenas eu e a Daysa, e na terça arrastamos a Olivia e o Gabriel para penduralos na corda também.rsrs No domingo o local estava vazio, apenas mais um grupo e uma dupla de escaladores. Já na terça-feira tava uma Zona por conta de um curso ministrado pelo CAT, ocupando assim algumas vias de escalada para fazer rapel, fazendo com que alguns escaladores ficassem olhando de canto de olho.rs pois sabemos que escalores não são fãs incondicionais dos rapeleiros... A unica coisa que não gostei muito do local são os primeiros grampos P que são um pouco alto para o escalados subir sem proteção.
Segue algumas fotos:

A Pedreira


Eu e Olivia

Eu e Daysa equipados para começar a escalada

Daysa na Seg

Eu guiando e Daysa na Seg


Guiando

Daysa escalando

Até o Gabriel escalou rs

Olivia na sua primeira escalada em rocha

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mais uma Vez Marins e a Cris "quase" chegou ao cume

Por Cris Borges e Wéll Bericat


Algumas pessoas guardam na memória paisagens que completam ricas lembranças da sua vida. As minhas paisagens prediletas remetem diversas vezes há um caminho muito percorrido, rumo as chamadas Terras Altas da Mantiqueira.
Sempre que pegava a Rod. Pres. Dutra, pra visitar os avós e tios durante a infância, e ainda hoje pra visitar os pais também, que se bandearam há alguns anos pro lado de lá da serra, quando a rodovia se aproximava da cidades de Lorena e Cachoeira Paulista, não havia outra coisa mais interessante no mundo pra mim do que olhar aqueles enormes maciços rochosos, como se a serra inteira resolvesse mostrar o quanto podia ser tão mais grandiosa só apartir daquele ponto. Quando criança, eu não tinha a mínima ideia de que picos poderiam ser aqueles, mas já pensava como seria poder andar lá por cima. E há alguns anos, descobri, maravilhada, que aquelas montanhas eram nada mais nada menos que os maciços do Marins, do Itaguaré e toda a Serra Fina...
Bem, Pico do Marins não é nenhum lugar inédito, relatos sobre ele é o que não faltam, então o que eu posso dizer sobre o que sera "minha primeira montanha de verdade"! Já tinha declinado outros convites de conhecer essa montanha, na duvida se ia ou não aguentar a parada. Mas depois de subir o Corcovado de Ubatuba na boa, eu não tinha mais duvida que subiria qualquer montanha que viesse pela frente. E porque então não começar por aquele "morrinho" tão familiar de vista e tão desejado desde a infância?
Há umas três semanas atrás, eu havia lançado um convite aos Sem Limites que estivessem livres esse final de semana para uma pernada qualquer. A idéia de destino, no primeiro momento, era outra, mas conversa vai, conversa vem, acabamos fechando em ir para o Marins. Previsão de tempo maravilhosa, uma senhora de uma lua cheia prometendo espetáculo para o fim de semana. Um declina daqui, outro aceita dali e fechamos o grupo: eu, o "08" Wéll Bericat e a valente Daysa/Deise, o BrunoSJC e sua esposa, Carla. De ultima hora, apareceu a Carol, caindo de paraquedas no meio do grupo. Alias, grupinho interessante: aquela região é praticamente quintal do Bruno e da Carla, o Well também já conhece o Marins de tras pra frente e três "marinzeiras de primeira viagem" pra contrabalancear, sendo esse o primeiro trekking que a Carol iria fazer.
As 04h50 do sábado toca o interfone do meu predio. Lá embaixo, no carro, me esperavam o Well e a Daysa. Passamos pelo metrô pra esperar a chegada da Carol e dalí toca infinatamente pela Dutra, em meio a neblina matutina e vendo - não sem uma pontinha de ansiedade - o pasto a beira da rodovia todo coberto de geada. Ansiedade porque só quando estávamos quase chegando lá descobrimos que a Carol estava sem isolante térmico e a noite prometia ser bem gelada. Pausa para o café da manhã num posto qualquer e apressamos o rumo, visto que o Bruno já estava lá.
Seguimos a estrada Piquete-Itajubá, já maravilhada com a enormidade do Marins ao fundo, com um belo sábado de sol sem nuvens. Na subida para o acampamento base, encontramos um verdadeiro congestionamento... de vacas! O boiadeiro que ia tocando o rebanho apenas se limitou a dizer calmamente pro Well "vai apertando que eles abrem passagem!", mas havia ali no meio um sem numero de bezerrinhos teimosos que insistiam em bloquear o caminho por mais que o Well ameaçasse passar por cima deles. Depois de perder um tempão em meio a esse caos, o ultimo bezerro se convenceu a sair do caminho e chegamos ao Acampamento base do Marins, onde encontramos o Bruno e a Carla e deixamos o carro apos bater um papo com o Milton. A quantidade de carros estacionada ali já indicava que muita gente teve a mesma ideia de aproveitar o fim de semana de sol pra encarar a montanha tambem.

Bruno, Carla, Wéll, Daysa, Carol e Cris
Mochilas ajustadas, agua abastecida e lá fomos, as 9h50 nós tranquilamente subindo a estradinha até o Morro do Careca, batendo papo e tirando um mundo de fotos. Estávamos dando risada porque tanto a Carla como a Daysa levavam (abarrotadas) mochilas de 22l, enquanto o grosso ia nas cargueiras do Bruno e do Well.



O Maciço dos Marins
Dali já víamos o primeiro cocuruto a ser vencido - não que olhar pros quase trezentos metros de subida ingreme fosse animador, mas a paisagem é o que tirava o fôlego de verdade! A imensidão do mar de morros, formado pelos contrafortes da serra , que ia se abrindo quanto mais a gente subia de um lado e os paredoes rochosos do Marins do outro são de embasbacar! E toca a subir, e subir e subir, com o vento forte e gelado aliviando o calor do sol. Com um km de lingua pra fora, lá iamos nós terminando a segunda etapa da subida. A proxima etapa era subir e cotornar o próximo maciço e encarar os primeiros trechos de escalaminhada.



Casal 15



Carla e Daysa atravessando o Capim Elefante e Morro do Careca de fundo a esquerda


Daysa apreciando a Paisagem


E vai começar o trepa pedra


Eu no trepa pedra


Bruno, Daysa e Carla vencendo a rampa

Dando um mão para a Carol
Naquele ponto, a Carol dava sinais de esgotamento. A mochila dela tambem nao ajudava muito, um modelo bem simples de cargueira com uma barriqueira que nao cumpria sua função e estava presa apenas por um nó - ou seja, o peso todo da mochila descarregava em seus ombros e a desequilibrava. Isso somado a um pouco de medo de altura e ela sentia dificuldades ao encarar os trechos de escalaminhada, então nosso ritmo ficou mais lento para dar uma ajuda e apoio moral pra ela.

Daysa no Trepa Pedra

Carla no Trepa Pedra

Cris pagando de Lagartixa
Era cerca de 2h da tarde quando terminamos de contornar o maciço, avistando além do cume, o Marinzinho e o vale da nascente do Ribeirão Passa Quatro. Apesar de todo mundo ter beliscado uma coisinha ou outra enquanto caminhava, resolvemos que era melhor não pararmos para comer "de verdade", até porque ali o vento resolveu mostrar o quanto estava gelado e poucos minutos parados já nos causava frio e lábios rachados.

Trekkers
O plano geral, quando resolvemos ir pro Marins, era acampar no cume, mas naquele ponto sabíamos que a Carla tinha medo de altura e travaria só de pensar no trepa-pedra final e Carol possivelmente nao aguentaria a subida. Além disso, a galera que voltava do bate e volta ao pico nos informava que lá em cima estava parecendo a 25 de Março, não restava mais lugares planos ou mesmo abrigados pra montar as barracas. Sendo assim, ficaríamos no platô logo abaixo do cume. Faltava só atravessar aquele vale, praticamente "nadando" em meio ao capim e subir a encosta do platô. Well e Daysa dispararam na frente, o Bruno e a Carla iam logo depois e eu acompanhava a Carol no fim da fila. As 16h10 chegamosas duas, por último, no platô, onde armamos nossas barracas e atacamos vorazmente nossos sanduiches.

Acampamento na Base do Marins

Olha quem veio Filar o Lanche...

A temperatura nao estava tão baixa, o sol ainda estava lá mas o vento era inclemente. Depois de nos enfiarmos em todas as nossas roupas, fomos assistir o sol, que se escondia rapidamente no horizonte, seus ultimos raios iluminando, sentido leste, todo o caminho da travessia para o Itaguaré, com a Serra Fina ao fundo fechando o cenário ao nordeste. Eu estava olhando, em linha contínua, para meus próximos objetivos e, perdão pela pieguice, mas a emoção era grande.

O Astro Rei indo embora
Bebericamos um pouco de vinho, batendo um papo animado e cheio de gargalhadas, mas tremendo de frio. Eu havia esquecido minhas luvas em meio a correria; acabei sendo salva pelo Bruno que desentocou da mochila um par de luvas a mais e uma touca com uma faixinha que cobria a boca e nariz. A preocupação agora era a Carol, que estava sem o isolante, e novamente a "mochila do Gato Félix" do Bruno veio para sua salvação: ele sacou um plastico grosso e uma manta de fleece de lá de dentro. Daí bastou ela ajeitar o plástico, mochila e tudo mais que pudesse no meio para conseguir ter uma noite menos desconfortável.

Galera num momento arco iris
Algum tempo depois, eu, Well e Carol observávamos algo brilhando, como um conjunto de luzinhas piscantes, surgindo atras da encosta do cume, e nos perguntando o que estava fazendo um doido qualquer com um estrobo no meio da subida do cume (não sem antes cogitar se era um disco voador...). Resultado: três idiotas de queixo caído ao nos darmos conta que aquela coisa brilhante que vinha surgindo era a lua, e a sensação de luzinhas é porque estávamos vendo através do capim chacoalhado pelo vento! A Daysa, dentro da barraca quase se mata de tanto rir da nossa cara! Mas devo dizer, em nossa defesa, que nao era "qualquer lua", era um verdadeiro escandalo luminoso. E o pior é que nem tinhamos tomado tanto vinho assim que justificasse começar a ver "coisas"!!
Para fugir da ventania, preparamos nosso rango abrigado no sobreteto das barracas e em poucos minutos estávamos mais aquecidos e com as barriguinhas cheias de arroz, feijoada e uma deliciosa (porém gelada!) salada. Depois de comer, acabou a coragem pra ficar do lado de fora; todo mundo se entocando em suas barracas por volta das 21h, com aquele luar "holofótico" sobre nossas barracas. Para nossa sorte, não fez tanto frio quanto temíamos, mas não acredito que tenha sido lá uma noite muito agradável pra Carol, considerando-se que alem do frio, ela dormia ao lado de um urso roncante que se tratava da minha pessoa... Eu havia simplesmente "morrido" dentro do meu saco de dormir, só ressuscitei muito depois do nascer do sol.
A Subida ao Cume (por Wéll Bericat):As 5:00 o celular desperta, eu e Daysa levantamos, arrumei a mochila de ataque com água e algumas Barrinhas de Proteína e Cereais, colocamos nosso Anorak, calçamos as botas e nos colocamos para fora da barraca, um vento gelado e cortante nos açoitava, comemos uma Barrinha de Proteína e um Torrone. Fui até a barraca da Cris chamei e ninguém atendeu, apenas o ronco de um urso hibernando era o que se escutava. Fui até a barraca do Bruno e da Carla e ele respondeu que não iriam. Falei para a Daysa é com a gente então. Como o Marins era a primeira montanha de Daysa era nítido em seu semblante certa ansiedade com um pouco de medo, ainda mais subir a montanha no escuro, mais mesmo assim ele não desistiu da empreitada. Seguimos rumo a encosta iluminados pele lua cheia e pela headlamp, iniciamos a subida sem dificuldades, sempre eu indo à frente e Daysa seguindo meus passos, porem fui seguindo um caminho oposto ao usual, pois queria sair bem à direita do cume, em um certo ponto quando estávamos no meio da subida, paramos para tirar uma camada de blusas, em um lugar que não tinha nem como colocar a mochila no chão pois era bem estreito e inclinado, seguimos subindo sem dificuldades. Foi quando uns 20 metros antes do cume, chegamos a uma parte da parede bem inclinada com mais de 70° de inclinação e não tinha fendas para auxiliar em nossa progressão para subir para o próximo lance que tinha uma inclinação menos acentuada. Pedi para Daysa que me esperasse, pois tentaria subir para o próximo lance, e eu não estava com nenhuma vontade para descer e subir pelo outro lado, a única possibilidade que apareceu foi uma lasca de rocha que se projetava para fora da parede, mais mesmo assim não era suficiente para eu alcançar a parte menos inclinada, foi quando me agarrei na lasca com a mão direita dando as costas para piramba e não quis pensar em olhar para baixo pois meus pés estavam apoiados apenas na parede por aderência do calçado, e com a mão esquerda pude fixar os dedos em uma pequena saliência da pedra, conseguindo projetar meu corpo para cima e conseguindo agarrar uma pequena fenda com a mão direita (nessa hora pensei, vacilou a piramba te espera...rsrs). Consegui chegar a parte menos inclinada da parede e o gélido vento nos açoitava ferozmente, porem agora tinha arrumar uma maneira de puxar a Daysa para cima, pois ele não alcançava nos apoios que eu utilizara para subir, percorri alguns metros por uma estreita saliência e encontrei uma pequena canaleta que se projetava a uma altura onde Daysa pudesse agarrar minha mão, porem a inclinação ainda era grande e não tinha nenhum apoio que eu pudesse me fixar para puxá-la, a pedra era totalmente lisa, falei para ela agarrar em minha mão e apenas me usar de apoio, porem se ela desequilibrasse e me puxasse iria os dois para baixo pois eu não estava segurando em nenhum lugar. Combinamos que no 3 ela daria o ‘IMPULSO” e lá fomos nós, quando puxei ela para cima ela tinha dado tanto impulso que se grudou na pedra feito uma lagartixa (rsrsrs) e ela me falou “Você está me testando mesmo né???”. Dali para a frente a nosso progressão foi sem maiores dificuldades, porem quando chegamos ao lado direito da montanha, a rocha se projeta para fora e não tinha como alcançarmos o cume por ali, contornamos para a esquerda por uma estreita saliência e chegamos ao meio da montanha tendo acesso ao fim de um dos caminhos convencionais que dá ao cume. Lá em cima ventava muito e a temperatura estava baixa e ninguém para fora das inúmeras barracas que tinha por lá.

Chegamos no Cume com essa Lua...

Alvorada

Silueta da Serra Fina
Nos abrigamos ao lado de uma pedra para esperar o sol nascer, quando dois rapazes saíram de suas barracas e puseram seus tripés em cima da parte mais alta da montanha para fotografar e filmar a alvorada, quando o sol começou a sair por de trás da Serra Fina um deles gritou “Tá Começando!!!”, foi o Start para sair gente até de baixo da terra, em segundos o Cume do Marins parecia a Estação da Sé as 7:00 da manhã de uma segunda-feira, era difícil até para tirar fotos, pois sempre tinha alguém importuno fazendo parte do cenário. Tiramos várias fotos, o interessante era que ao lado oposto da alvorada era possível ver a lua cheia ainda no céu, dando um contraste com a cor laranja e amarelo do nascer do sol.

Mix de Fotos do Cume

Mix II Fotos do Cume
Começamos o nosso regresso e era possível ver nosso acampamento no vale mais abaixo e nossos amigos também apreciando o nascer do Astro Rei (menos a Cris, que ficou entocada na barraca), descemos sem nenhum problema, pois fomos pelo caminho convencional, chegamos ao acampamento e fomos recebidos por nossos amigos para tomarmos nosso café da manhã
.

Daysa Descedo do Cume

Nosso Acampamento e os Amigos vistos na descida do cume

Eu e Daysa Descendo...

Nosso Acampamento e o Astro Rei ao Fundo
(Continua por Cris Borges)
A moça valente passou no teste com louvor, voltando para o Platô mais radiante que o sol.
Dai me vi num dilema: O Wéll e a Daysa já estavam voltando; a Carla, estava numa briga entre a vontade e o medo de altura - o medo ganhou; o Bruno se declarou com uma preguiça monstro e a Carol também não tinha planos de atacar o cume. Olhei pro cume pensando "subir sozinha, eu subo de boa... mas e se eu travo pra descer dessa joça? Faço o que!?" Ainda bem que apesar de Sem Limite, pelo menos juizo eu tenho. Morrendo de arrependimento por ter acordado tão tarde e não ter subido junto com a dupla dinâmica, respirei fundo e deixei pra próxima. Porque agora virou questão de honra já que o Well ficou me zuando por ter pipocado no fim da missão!
Tomamos nosso café, arrumamos as tralhas em meio a um vento ainda mais congelante que o da noite, contando um sem numero de grupos descendo do cume e algumas figuras "interessantes" subindo para o ataque. Entre elas, um imbecil de posse de uma daquelas malditas vuvuzelas , fazendo o maior estardalhaço possivel.

Adivinhem quem Não era do grupo
Começamos a descer por volta das 10h30 e pouco tempo depois percebemos que a Carol estava sofrendo com a caminhada. Acredito que a somatória de uma caminhada no dia anterior que, por causa da mochila, acabou sendo extenuante para ela, mais uma noite gélida e mal dormida tinham acabado com suas forças. O cansaço causou inchaço em seus pés e tornozelos, e como sua pisada nao tinha mais firmeza, acabou pisando de mal jeito e sentiu o tornozelo para completar.
Uma coisa eu preciso dizer sobre essa menina: sem sombra de duvida, ela foi corajosa. Cada passo, curto e meio vacilante, era acompanhado por uma careta de dor, e mesmo indo muito lentamente, ela não parou.
Eram cerca de 13h30 quando estávamos começando a descer o ultimo morro antes do Careca. O Bruno e a Carla foram descendo na frente, o sol já estava fritando e o Wéll estava explodindo de dor de cabeça por conta disso. Como a Carol não aguentava caminhar num ritmo normal e não aceitou quando Wéll se ofereceu para levar a mochila dela, ele e a Daysa desceram para poder se abrigar um pouco na sombra e nós duas continuamos descendo no passo da lesma, auxiliada pelo meu bastão.
Acho que a Carol já devia estar de saco cheio de tanto que eu dizia pra ela "Coragem! Falta pouco pra terminar!". Como os pés dela estavam latejando de tão inchados, ela tirou o tenis e colocou meu "crocs", o que já deu um pequeno alívio na caminhada. Mesmo assim ainda demoramos quase 45 minutos para encontrar a Daysa, quase no final da descida, que havia voltado pra buscar a mochila da Carol. Com isso, ela conseguiu caminhar num ritmo melhor e em pouco tempo encontramos o Well junto a placa no inicio da trilha com uma garrafa de água fresquinha que ele havia buscado numa biquinha (pegando uma trilhazinha que começa do lado oposto da que vai para o Marins). Alias, quando ele e a Daysa chegaram ali encontraram um grupo que tinha deixado pra trás a maior zona de lixo e uma fogueira acesa, que o Well prontamente apagou.
Um pouco de descanço, água fresca e o fim do terreno inclinado foram o suficiente pra dar uma renovada na Carol, e dali seguimos num bom ritmo de volta até o acampamento base, com a Daysa levando a mochila da Carol e o Well com sua cargueira e a mochila da Daysa.
Vai pensando que essa vida é fácil...rsrsrs
Bruno e a Carla já tinham zarpado, não sem antes nos deixar um bilhete e um recado para nós com o Milton. Brindamos o fim da trip com uma breja gelada enquanto a Carol recebia nossos mais sinceros cumprimentos por ter "sobrevivido" bravamente a jornada.

Um Brinde ao Marins
Hora de zarpar para a casa, não sem antes uma parada no Mc Donalds do posto Arco-Iris, em Roseira, já que a mais leve sugestão de um milk-shake por parte da Daysa atiçou nossas lombrigas...

Que dizer dessa trip, no final das contas?

Que caminhar na companhia do Well é sempre óoootemo, e com a Daysa então, fechou o pacote (mas arranja outra musica porque nunca mais eu quero ouvir "Alejandro" por culpa sua kkk)! Que foi um imenso prazer conhecer Carla e Bruno, o animadissimo "Casal 15". E que a Carol, sofreu mas já foi picada pelo mosquitinho da montanha, como o Well costuma dizer, e já saiu perguntando quando rola a proxima. Sinta-se bem vinda!

E que o Marins é simplesmente mágico. A caminhada em si, os trechos de escalaminhada e o visual alucinante do interminável mar de morros do sul de Minas. Somo a tudo, isso poder contemplar, de um angulo novo, todos os picos que fazem parte de um dos mais ricos cenários da minha vida tornam aquele lugar único. E mesmo que eu não sentisse que fiquei me devendo o cume, pretendo voltar lá tantas vezes quanto a vida me permitir! (E que o Marins é suave perto da subida do Corcovado!)

Por Cris Borges "que não é parente do Fábio"...rsrsrs

sexta-feira, 25 de junho de 2010

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sem Limites: Tentativa da Serra Fina no Feriado de Corpus Christi 2010

Por Fabio Borges
Fotos Bruno SJC

A travessia da Serra Fina dispensa apresentação de tão clássica que é. Em meados de março, ao olhar o calendário, pensei que o feriado de corpus Christi seria uma ótima data para realizar, ou melhor, tentar realizar essa fantástica travessia.
Lancei o convite para os demais integrantes dos SL’s. Não demorou muito e a ala perrengueira dos Sem Limites aceitou de pronto. Vivi, Becheli, Wel, Bruno, Danilo, Neilor e um convidado especial o Mario, amigo carioca do Well, disseram que estavam nesta incursão.
Foram dias e dias de muitos emails para organizar a travessia. Organizar em nosso dicionário não significa estudar relatos e fazer planos mirabolantes, mas apenas definir se alguém quer dividir barraca ou preparar o jantar em dupla para diminuir o peso, pois o gostoso da trilha é saber se virar no caminho, tomar alguns perdidos, etc.
Finalmente chegou a semana do feriado e a previsão não era das mais animadoras, mas mesmo assim decidimos seguir já que não tínhamos um plano B e ninguém estava querendo passar o feriado fazendo o que sabemos fazer melhor, beber como se não houvesse amanhã.
Na segunda-feira da semana do feriado nosso amigo Well teve um problema com um de seus funcionários e seu esquema de guerra para o feriado foi para o vinagre. Ou seja, teve que ficar trabalhando e cancelou sua ida. Seu amigo Mario também cancelou.
Mesmo com as primeiras baixas, não desanimamos e na quarta-feira partimos de São Paulo eu, Vivi e o Becheli. Neilor enfrentou uma longa viagem até Passa Quatro e o Bruno e o Danilo saíram de SJC.
A viagem para Passa Quatro foi tranqüila. Chegamos por volta das 2h da manhã e os demais companheiros já estavam nos esperando. Nossa intenção era subir na madrugada mesmo para a toca do lobo, mas diante do horário decidimos subir logo que os primeiros raios de luzes iluminassem nossas caras. Assim, dormimos todos no coreto da cidade.
Por volta das 5 da manhã acordamos e fomos até a casa do Edinho que nos levaria até a toca do lobo em seu caminhão. Chegamos ao início da trilhas às 7h e depois de quinze minutos partimos.
Cruzamos o rio, como sabíamos que haveria água na metade do caminho, não enchemos nossos reservatórios de água. O Becheli e o Bruno seguiram na frente e eu juntos com os demais ficamos beliscando algo, já que não tínhamos comido nada.
Ao cruzar o rio tem-se inicio á subida. O desnível da toca do lobo até o Capim Amarelo é de aproximadamente 1000 mts, mesmo com a cargueira pesada, não achei tão pesada quanto à subida do Pico do Corcovado em Ubatuba.
Subimos em um ritmo tranqüilo já que sabíamos em cerca de 4 ou 5 horas chegaríamos a nosso destino. A subida sem visual algum virou mais um treino do que uma curtição, mas só o fato de estar longe da loucura de São Paulo já era um alívio.
Chegamos ao ultimo ponto de água do dia ás 8h40. Este ponto é óbvio, está no segundo topo e dá para escutar a água caindo de uma laje de pedra assim que você se aproxima dela. A direita da clareira está à trilha que dá para o líquido sagrado.
Neste ponto encontramos com nossos amigos que partiram na frente e o Becheli por estar mais leve disse que aumentaria o ritmo para arrumar um bom local para armar nosso acampamento, ou seja, por uns instantes ele deixou de ser Sem Limites e passou a ser Performance rs. Sendo assim, combinamos de reagrupar novamente no alto do capim amarelo.
Água abastecida, hora de continuar a caminhada. O Danilo disse que tentaria acompanhar o Becheli. Eu e os outros não estávamos com pressa alguma, já que chegar mais cedo significaria ficar mais tempo sem fazer nada.
Depois deste ponto cada um seguiu em seu ritmo, Becheli e Danilo fazendo corrida de aventura e eu, a Vivi, o Neilor e o Bruno curtindo a subida, ou melhor, curtindo as Brumas de Avalon.
Às 11h50 chegamos ao ombro do Capim Amarelo. Neste trecho há uma boa área de camping. Parei para retomar o fôlego, mas não fiquei muito tempo parado, pois sabia que não faltavam mais que 20 min para o destino final.
Segui em frente sem esperar os demais companheiros que tinham ficado para trás. Na verdade não quis esperar muito, pois estava ansioso para chegar à melhor parte do dia. O trecho de Escalaminhada.
Entre um trecho e o outro de escalaminhada olho para trás e vejo a minha grande amiga Vivi toda sorridente e seguimos juntos até o topo do capim amarelo. Chegamos exatamente ás 12h10, com quase cinco horas de subida.
Como o Bruno e Neilor estavam para trás decidimos procurar pelo Becheli e o Danilo, mas para a nossa surpresa não os encontramos, ou seja, eles tinham seguido para o próximo ponto de acampamento, o Maracanã.
Como não havíamos dormido bem na noite anterior, eu e a Vivi só toparíamos seguir se o Neilor e o Bruno assim quisessem.
Esta área de camping parecia mais a 25 de março de tanta gente que tinha. Não havia mais espaços bons para montar nossas barracas e cada um ficou espremido em um canto. Depois de um tempo chega o Neilor e perguntamos se queria continuar até o Maracanã e respondeu que não.
Depois de uns minutos chega um grupo que conhecemos no caminhão que nos levou até o inicio da trilha e disse que o Bruno estava mais atrás e aparentava estar bem cansado. Decidi ir até ele para ver se precisava de ajuda. Quando cheguei ao ultimo lance de escalaminhada encontrei o guerreiro do Bruno chegando. Ao perguntar se queria continuar até o maracanã, ele respondeu que preferiria ficar acampando ali mesmo.
Acampamento montado. Era hora de preparar nosso almoço/jantar. Antes de começar os preparativos para o banquete chega nosso amigo Pepe, um sujeito impar, gosta de andar sozinho, não se deixa fotografar (fala que é feio demais), más sempre faz alegria da galera contando seus causos nestes mais de 20 anos de pernada.
Antes do jantar ficar pronto o Neilor abriu uma garrafa de catuaba e eu não deixei por menos e abri uma de vinho para comemorar.
Eu e a Vivi preparamos suculentas batatas com bacon e o Neilor um belo de um prato arroz com lingüiça e miojo. E assim passamos o resto da tarde bebericando e escutando as histórias do Pepe. O Brunão após um merecido cochilo apareceu para participar da conversa.
Mesmo após comer as batatas ainda estava com fome e fui esquentar um feijão. Como a panela não tinha cabo e precisava mexer para que o feijão não queimasse peguei um saquinho de pano que a Vivi carrega as tralhas dela de cozinha e quase, ou melhor, botei fogo nele kkkk. Rapidamente apaguei.
O dia ia terminando e temperatura caindo. Após escurecer a chuva que ensaiou o dia todo resolveu cair. Todo mundo para barraca e fim de conversa.
Na madruga acordei para tirar a água do joelho e me deparei com um céu totalmente aberto. A lua alumiava toda a serra e consegui enxergar todo contorno da Serra Fina. Pensei: “ótimo, amanhã o tempo estará aberto.” Doce ilusão.
Na manhã seguinte o tempo continuava fechado. Ainda na barraca, eu e a Vivi preparamos nosso café da manhã. Após tomar nosso desjejum, a Vivi foi conversar com os demais companheiros e eu fiquei arrumando as tralhas na barraca. Instantes depois ela voltou e disse que o Pepe já havia partido e o Neilor e Bruno desistiram, pois não tinha visual algum e não tinha sentindo continuar a travessia assim.
Terminamos de arrumar nossas coisas e partimos por volta das 9h30. A trilha que segue para a pedra da Mina continua ao lado esquerdo da área de acampamento.
Como todo dia anterior a trilha é óbvia e não tem como se perder. Em cerca de uma hora de caminhada chegamos ao maracanã e encontramos a área vazia, ou seja, nossos amigos já tinham partido. Porém, na continuação da trilha, pregado em uma árvore, vejo uma folha de papel. Antes de chegar perto já tinha certeza que se tratava de uma mensagem para nós e não deu outra. O Becheli estava avisando que seguiram para a Pedra da Mina e que encontraria conosco lá.
Seguimos para a Pedra da Mina novamente sem pressa alguma. Andando tranquilamente já que não tinha necessidade de pressa.
No meio da crista, por volta do meio dia, encontramos com nossos dois companheiros que haviam feito uma pausa para o almoço. Contamos para eles que os demais haviam desistido e agora era conosco.
O caminho até a pedra da Mina é bem sinalizado pelos totens, portanto não há dificuldade alguma de navegação. Andamos por quase duas horas até chegar ao riacho que fica próximo a base da pedra da Mina.
Decidimos que acamparíamos por ali mesmo, pois além pegar o cume lotado, tínhamos certeza que o tempo fecharia mais ainda e não queríamos correr esse risco.
Após montarmos o acampamento, eu e a Vivi ao lado do riacho e o Becheli e Danilo lá em cima antes do riacho, começamos a preparar nosso jantar. Cardápio: Miojo com peito de frango desfiado. Ah! Claro que antes mandamos ver na mortadela que trouxemos.
Ficamos ali conversando um pouco até que começou a cair uma fina garoa e os dois subiram para suas barracas, enquanto eu e a Vivi continuamos ali tomando um vinhozinho.
Não demorou muito e fomos dormir. De madrugada acordo com as rajadas de vento que sacudiam a minha barraca. Nesta hora percebi que valeu a pena investir na minha nova barraca, uma Marmot Limelight, pois se eu tivesse com a Nautika Kapta certamente estaria destelhado.
O dia amanheceu chuvoso, conversando com a Vivi, já tínhamos em mente que o melhor seria abortar, pois a visibilidade que era ruim nos dias anteriores estava pior ainda.
Por volta das 9h os nossos companheiros chegaram até nossa barraca e falaram que o melhor seria abortar. Como eles estavam prontos e nós não. Eles seguiram e arrumamos lentamente nossas coisas.
Ao terminar de arrumar nossas mochilas passaram os guias da Pisa Trekking e seguimos caminhando na companhia deles.
A subida da pedra da mina foi uma sensação incrível. A tempestade de vento desencadeou a adrenalina em nossos corpos e cheguei a comentar com a Vivi que eu continuaria fácil se soubesse atravessar o temido vale do Ruah sem visibilidade.
Em uma hora chegamos ao topo da Pedra da Mina. Além de nossos amigos, havia um grupo de montanhistas que já estava disposto em passar o dia lá e esperar o tempo melhorar para descer pelo Paiolinho, pois estava impossível achar a trilha naquele tempo.
Como os guias da Pisa conheciam bem o caminho, eles resolveram desarmar o acampamento e seguir morro abaixo.
A descida para a fazenda Serra Fina foi cansativa. Sem visual algum, só pensávamos no banho quente que poderíamos ter ao final do dia em alguma pousada da região.
Após descer muito, chegamos à fazenda Serra Fina por volta das 5 da tarde. Mas a pernada ainda não acabou, tínhamos que andar mais uns 3 km até um bar para conseguir um resgate.
Chegamos ao bar do Sival sem a luz do dia e fomos recebidos por sua esposa, que nos ofereceu um café quentinho e abriu o bar para que pudéssemos tomar uma boa cachaça.
Após um tempo chega o Sival em sua poderosa Kombi. Ele tinha ido levar parte dos clientes da Pisa e agora faria outra viagem para levar os demais clientes. O telefone do Sival é (31) 9176-9925.
Enquanto esperávamos a nossa vez de ir para a cidade, a esposa do Sival, muito caridosamente, ofereceu comida para todos e ainda de quebra umas porções de lingüiça caseira defumada. Uma delícia!
Por volta da meia noite, chega o Sival e disse que somente nos levaria no dia seguinte, pois estava muito cansado e estrada estava ruim demais. Para que todo mundo não ficasse ao relento ele ofereceu sua casa da frente, que estava desocupada, para que todos dormissem lá.
Enquanto estávamos arrumando um melhor lugar dentro da casa para esticar nossos isolantes e dormir, chega nosso anfitrião com duas belas porções de batatas fritas. Impressionante a receptividade das pessoas do campo.
O dia clareou e partimos para a cidade. Entramos em nosso carro e seguimos para Cachoeira Paulista filar um almoço na casa da mãe do Danilo. Nem bem engolimos a comida, nos despedimos dos pais do Danilo e seguimos viagem. Paramos em SJC para deixar o Danilo e depois seguimos direto para São Paulo.
Infelizmente a primeira investida na Serra Fina esse ano não pode ser concluída. Mas como somos bons guerreiros, já marcamos a próxima incursão, 07 de setembro de 2010.


Bruno, Fabio, Neilor, Vivi, Danilo e Becheli


Galera no Caminhão Guincho rumo a Toca do Lobo


Bruno em frente da Toca do Lobo


Tempo Quase Bom rs


Pena que era quase


Uma parte da Crista da Serra


Barraca do Bruno no Alto do Capim Amarelo


Bruno e Neilor retornando do Capim Amarelo


Muita neblina


Onde está Wally???


Galera descansando e o Alto do Capim Amarélo envolto pelas nuvens


Olha o Caminho pela Crista